Quem começa um novo negócio deve conhecer bem o produto e o público que deseja trabalhar, mas para alcançar o sucesso do negócio só isso não basta. Resiliência, foco e determinação são algumas das principais habilidades para quem deseja empreender. Principalmente no período de fim de ano, em que as oportunidades de negócio aumentam, o empreendedor precisa estar atento a todo o contexto ao seu redor. Segundo o consultor em gestão empresarial e coordenador do Programa de Gratuidade Senac Goiás (PSG), Fernando Moraes, estar atualizado é prerrogativa para quem deseja empreender.
De acordo com ele, qualquer pessoa pode empreender, desde que ela tenha o desejo de se preparar para isso. O que vai determinar o sucesso do negócio é o entendimento dessa pessoa para saber lidar com o fracasso e a necessidade de retomar quantas vezes for preciso. Segundo Fernando, a resiliência é a chave para o novo empreendedor.
Para ser um bom empreendedor é preciso saber quem se quer atingir. “É errado pensar que você vai atingir todo mundo, então é indispensável definir um público-alvo. Quando você entende isso, entende as dores, e assim encontra as oportunidades, que é uma das principais características de um bom empreendedor”, ressaltou.
Ele ainda explica que para ter uma empresa, é preciso falar várias línguas. Fazer negócio pelo WhatsApp, e-mail, telefone e presencialmente é diferente. É necessário saber se comunicar nesse meio em que as redes sociais estão em alta na vida das pessoas.
Um dos conceitos que fala sobre esse ambiente no qual o empreendedor precisa se adaptar é o VUCA, que significa Volatility, Uncertainty, Complexity and Ambiguity (Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade). Até mesmo antes da pandemia, as coisas se tornaram cada vez mais passageiras com as mudanças acontecendo muito rapidamente. O consultor falou sobre a importância desse conceito para quem deseja empreender. “As coisas são rápidas e é preciso estar aberto a isso”, disse.
Volatilidade
Segundo o consultor, a mudança está no comportamento das pessoas. “Um exemplo disso, é que antes nossos pais compravam na mesma loja de roupa, no mesmo supermercado, e essa fidelidade hoje não existe mais. O consumidor vai buscar o melhor preço, a melhor distância e a melhor vantagem para ele, por exemplo uma pessoa antes de comprar um fone de ouvido poderia muito bem ir ao camelódromo. Agora ela, com certeza, vai lá na internet, porque é mais cômodo. As coisas mudam muito e durante o tempo todo, sendo tudo mais efêmero”, explicou.
Incerteza
Outro ponto a relevar é a incerteza de que o negócio vai dar certo. “Hoje não existe mais a certeza de que aquele cliente vai comprar de você e que sua cartela de clientes vai ser fiel. O que você está planejando pode sofrer alterações. Por exemplo, uma pessoa que abre uma pizzaria vai ter o apoio de amigos e familiares no início, mas provavelmente eles não vão comer pizza toda semana. Assim é preciso conquistar seus novos clientes para garantir que o seu negócio seja mantido”, exemplificou.
Complexidade
Segundo o consultor de Gestão, outro ponto a ser avaliado é complexidade do negócio. “Esse ambiente tem transformado as empresas. Você deve conhecer alguém que deve ter fechado o negócio e outros que tiveram uma proporção gigantesca após a pandemia. O que mudou foi a capacidade de se adaptar às mudanças, de entender o ambiente extremamente competitivo, extremamente rápido e muito complexo”, explicou.
Ambiguidade
Conforme Fernando, tudo é ambíguo. “Tem muitas informações o tempo todo e o que acontece na Europa influencia diretamente no Brasil e o que acontece no bairro do lado também influencia. Então é preciso estar preparado ou pelo menos atento ao que o mercado faz. Por exemplo, a pandemia impactou a produção e a comercialização de muitos produtos. A guerra entre Rússia e Ucrânia também, já que a Rússia é um dos maiores produtores de fertilizantes do mundo, então isso altera o fluxo do nosso agronegócio e, consequentemente, dos pequenos empreendedores que compram alimentos”, pontuou Fernando Moraes.